quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Análise de Discurso



Análise de Discurso

Discurso significa “em curso”, em movimento. Assim discursividade implica a compreensão de que a mensagem é construída no interior de uma conversa e é a concretização de um ato. Discurso é a apropriação da linguagem ( código, formal, abstrato e impessoal) por um emissor, o que confere a este um papel ativo, que constitui em sujeito da ação social. Aquele que:
-classifica, ordena e organiza, enfim, significa o mundo mostrado;
- persuade, convence o locutor da pertinência de seu modo de classificar, ordena e organizar o mundo mostrado; e
-constrói uma voz, um modo de falar, um entendimento do mundo.
A chamada analise de discurso francesa caracteriza-se pela ênfase no assujeitamento do emissor, que se expressaria mediante a incorporação de discursos já instituídos como o religioso, cientifico, jornalístico, publicitário. Etc.
A análise inglesa caracteriza-se pela ênfase no papel ativo do sujeito, daquele que utiliza pragmaticamente as palavras para fazer coisas, embora ela não descarte o fato de o sujeito estar obrigado a obedecer a imperativos lingüísticos, o que implica um relativo assujeitamento.
A análise de discurso é na verdade a desconstrução do texto em discursos, ou seja, em vozes. A técnica consiste em demonstra para parecer como foi montado. Então na análise de discurso francesa, resulta na identificação dos discursos já instituídos, na inglesa resulta na identificação da pessoa que conduz a narrativa dos acontecimentos e das proposições que formula para os interlocutores: pedidos ou ordens, por exemplo.
A instância conversacional determina que a mensagem seja inteligível pelos interlocutores, pelo emissor e também pelo receptor, para que haja informação ou persuasão.
Os pressupostos são relações de sentido consagradas por determinados grupos sociais que se incorporam em sua linguagem e se tornam elementos constitutivos da significação. As gírias e os neologismos costumam ser bons exemplos de pressupostos.
Os implícitos são processos interlocutivos, instrumentos que viabilizam a interação, consagrados por determinados grupos sociais que se incorporam em sua linguagem e se tornam elementos constitutivos da significação em determinadas situações sem que sejam explicitamente colocados. Novamente as gírias e os neologismos podem ser exemplo.
Ao se apropriar da linguagem e construir um discurso, o sujeito deixa pegadas que nos permite identificar sua presença e o modo como foi construído o enunciado: os indicadores de pessoa, de lugar e de tempo, ou a voz ativa e passiva, por exemplo.
A instância acional define que toda comunicação é uma ação simbólica e social, concomitantemente. Ao falar, emissores e receptores realizam atos de fala, que dão corpo a uma locução, a articulação de fonemas e a construção de frases, e também a representação de papéis sociais. A desconstrução leva-nos, assim, a identificar a pessoa que ocupa a posição de sujeito da ação. Quem fala? Que posição ocupa diante do interlocutor? Pragmaticamente, o que objetiva? Esta pedindo ou esta ordenando? O que ele esta fazendo com as palavras? Por exemplo
Para expressar sua voz, o sujeito interage com o locutor por meio de proposições lingüísticas e sociais, de frases com as quais realiza suas intenções imediatas.
As estruturas lógicas aparecem sempre no interior de ações, constituindo intenções. São proposições que obedecem a regras lógicas que permitem a conversação por fazerem sentido em qualquer situação.
Ato ilocutório é o domínio do ato de fala articulado a situação social, ao contexto. Emergem sempre no interior de discursos e de narrativas datadas, emitidas por um determinado sujeito, que vivencia uma situação específica.
Já o ato perlocutório é o domino do ato de fala articulado a performance, ou seja, a atuação ou representação de um papel social. A interpretação dos atos ilocutórios é orientada pela compreensão de que o sujeito do ato de fala apropriou-se da linguagem para representar.

Dinâmica:
Em uma manhã de quinta-feira chega a empregada Teresa para trabalhar:
- Bom dia patroa
- Bom dia Teresa, tudo bem?
- Tudo bem nada, hoje eu tô com a macaca
- Com a macaca? Você tem uma macaca? Você ta criando uma macaca?, minha nossa!!!!!!
- Não patroa, eu tô chateada. O ônibus tava cheio, muito ruim.
- Ah ta, que susto
- é patroa, hoje o dia começou difícil, eu já to “puta da cara”.
- puta, meu Deus, mas o que é isso?
De repente entra a filha adolescente da patroa:
- Jaciara, você ainda não ta pronta pra ir a escola, ainda não se arrumou?
- relax mãe, ta tudo dominado. É época de oktober, muito chope. Tá ligada, é época de férias na faculdade.
Nisso a empregada Teresa se desespera:
- Ligado? Eu deixei o fogão ligado, aí meu Deus!!

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