quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Duas realidades diferentes, dois cotidianos encarcerados

A O cotidiano das mulheres têxtil e das mulheres carcerárias no Estado de Santa Catarina são dois temas que me parecem interessantes para pesquisar e instigam o interesse pela investigação.
A questão das penitenciárias catarinenses é um tema que envolve uma realidade regional da mulher carcerária ainda pouca explorada pelos meios acadêmicos e midiáticos. Em Santa Catarina existem dois estabelecimentos penais exclusivamente femininos: em Florianópolis e a Cadeia Pública Anxieta, além disso, outras 21 alas são adaptadas para mulheres no Estado. São disponibilizadas 22 vagas nas creches e berçários divididos entre os municípios de Florianópolis, Criciúma, Joinvile e Itajaí. Nos outros estabelecimentos as mães gestantes e com bebê até 6 meses permanecem na sela junto com outras presas.
De acordo com um relatório do ministério da justiça, datado em maio de 2008, a situação atual do sistema penitenciário de Santa Catarina disponibiliza 343 vagas para mulheres frente a uma população carcerária de 705 presas em fevereiro de 2008. A jornalista Simone Castro publicou em seu blog em março deste ano a informação de que atualmente 69 mulheres estão presas no cadeião de Itajaí, quando a capacidade seria de 22 vagas. “A maioria delas caiu por tráfico de drogas. São mulheres de todas as idades distribuídas em cinco celas. A média é de 12 em cada cubículo, quando o ideal seria de apenas quatro. Há beliches e vários colchões espalhados pelo chão”, conta Simone Castro que pesquisou o assunto para um artigo publicado para o Diário do Litoral. Além das condições complexas da vida carcerária soma-se a isso a situação do uso da mulher como “laranjas” e cabeça do tráfico na região do litoral catarinense.
O cotidiano das mulheres têxteis na região de Blumenau é outro assunto que passa pelo viés de muita discussão. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecções - ABIT o Brasil é sexto maior produtor têxtil do mundo, e teve em 2007 faturamento em torno de US$ 34,6 bilhões (3,5% do PIB) na indústria têxtil e de confecções, um aumento de quase 5% em comparação ao ano anterior. Entretanto, com objetivo de minimizar os custos de produção diminuindo encargos trabalhistas as grandes confecções viram na terceirização uma possibilidade de facilitar seu processo de produção e repassar obrigações e responsabilidades a unidades produtivas de pequeno porte que são chamadas de facção de costura. As novas empresárias trabalham geralmente na informalidade, sem benefícios trabalhistas assegurados e precisam lidar com a instabilidade do mercado.



Ministério da justiça. Relatório da Situação Atual do Sistema Penitenciário. Disponível em: http://74.125.47.132/search?q=cache:N9Aly5Y5ADMJ:www.mj.gov.br/services/DocumentManagement/FileDownload.EZTSvc.asp%3FDocumentID%3D%257BDCD4E4B5-8605-4E93-BF0E-4CBD4708E1E%257D%26ServiceInstUID%3D%257B4AB01622-7C49-420B-9F76-15A4137F1CCD%257D+mulheres+penitenci%C3%A1rias+de+santa+catarina&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br&lr=lang_pt. Acesso em: 7 ago.2009.

CASTRO, Simone.Triste Realidade no Itajaí, 8 mar.2009. Disponível em: http://simonecastro.wordpress.com/tag/mulheres-presas/. Acesso em 10 de ago.2009.

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