terça-feira, 4 de agosto de 2009

TEXTO PUBLICITÁRIO: Razão e Emoção



A forma mais eficaz de convencer um determinado público a comprar um produto é usando a emoção. A linguagem de um texto publicitário não é apenas para informar o consumidor sobre o produto, mas também convencê-lo a comprar.

Segundo Marilde Sievert, os melhores anúncios são os que seduzem o consumidor através da sensibilidade, sendo que a “propaganda eficiente vende, assim, não produtos, mas vantagens, desejos, sonhos” (SIEVERT, 2003, p. 22). Um exemplo dessa venda que está por trás dos produtos é a campanha do dia das mães de 2008 realizada pela AlmapBBDO para a Boticário, ocasião em que usaram o título “Emocione sua mãe com presente do Boticário”, ou seja, não vendiam um perfume, mas sim a emoção.

A redação publicitária não precisa estar rodeada de Em todo processo comunicativo, provocador e provocado são cúmplices no despertar do desejo. Somente seduzimos quem está predisposto a ser seduzido. E o consumidor potencial é este mesmo que tem ânsia de ser seduzido.

Por isso a redação publicitária deve ser, acima de tudo, persuasiva, clara, objetiva, envolvente e direta, sem muitos enfeites, mas com emoção, com envolvimento (PETIT, 1992 apud SIEVERT, 2003, p. 22).

A diferença entre o criador de propaganda e um artista, conforme Sievert (2003, p. 23), está na informação difusa pela qual o artista vive, enquanto que:

[...] o criador de propaganda trabalha sobre informações definidas, organizadas, segmentadas, processadas à luz de determinado raciocínio, e sua produção traz um compromisso absoluto de coerência com este material. Portanto, seu estilo é padronizado, coletivo, porque, além de ter a manifestação individual do criador, precisa atender às expectativas coletivas.

Nada melhor do que incorporar o universo onde o consumidor vive, para criar com emoção, vender pelo menos um sorriso e encantar o público-alvo com a criatividade, como mencionou Carlos Drumond de Andrade, com a Crônica “Anúncios” (1971 apud SIEVERT, 2003, p. 25):

[...] Confesso que um dos meus prazeres é saborear os bons anúncios jornalísticos de coisas que não pretendo, não preciso ou não posso comprar, mas que me atraem pela novidade da concepção, utilizando macetes psicológicos sutis e muito refinamento de arte. É admirável a criatividade presente nessas obras de consumo rápido, logo substituídas por outras. São anúncios que muitas vezes nos prestam serviço, pela imaginação e pelo bom humor que contêm. E se nos vendem pelo menos um sorriso, ajudam a construir um dia saudável de trabalho.

SIEVERT, Marilde. Texto Publicitário: Dicas Não São Receitas. 2.ed. Blumenau: Furb, 2003.

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