sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Violência

Resenha crítica do texto Violência do livro O cidadão de papel; a infância, a adolescência e os direitos humanos no Brasil, cujo autor é Gilberto Dimenstein.

O capítulo, Violência, traz alguns fatos que tem mudado o cotidiano dos brasileiros, lamentavelmente de forma negativa. Abordando temas como: violência urbana e abuso sexual. Relatando a terrível participação de autoridades nestes crimes.
A autora começa relatando o tempo em que os monstros vinham das lendas e que hoje vêm das famílias. Vem da nossa realidade nacional.
Na década de 70, seqüestros estavam geralmente ligados a política e raramente era veiculado na mídia. Hoje isto faz parte do nosso cotidiano. Até criou-se uma modalidade para os seqüestros, são os “seqüestros relâmpagos”.
A mudança é tamanha e tão visível que mudou nossas paisagens. Atualmente as casas têm grade, carros são blindados, existem câmeras por todos os lados e as vagas de segurança estão em alta. Realidade que ate então só existia para ricos. Mas a vida não mudou só por isso. A violência urbana tomou conta das cidades. Os crimes tomaram nosso cotidiano e agora os cidadãos de bem estão presos dentro de casa. Segundo informações da Policia Militar de São Paulo, no 2° trimestre de 2004 ocorreu 2.335 homicídios dolosos, o que dá uma média de 26 por dia. O que também se reflete na população carcerária que no mesmo estado e no mesmo ano era de mais de 128 mil detentos.
Claro que junto a isso e com isso a violência familiar também tomou proporções alarmantes. As agressões físicas e emocionais deram lugar às noticias estrondosas sobre abuso sexual. E que já deixou comprovado que 75% dos casos de abuso sexual, o culpado é um familiar. Vale lembrar que os policiais têm sua parcela de culpa nessa matança e que os políticos e governantes tem envolvimento com a exploração sexual.
Dimenstein (2005 apud Petry, Veja, 21/07/2004) concorda com a informação de que “há casos em que os envolvidos são justamente as autoridades cuja missão é proteger as crianças e os adolescentes – juízes, policiais, prefeitos, vereadores, religiosos”
Mas o lamentável é que parece um ciclo vicioso. Todos direta ou indiretamente são vitimas de um governo que não consegue nos fornecer o que nos é assegurado por lei. A nossa sociedade deturpou todos os valores que nossos avôs zelavam há anos atrás, talvez não devesse nos culpar por cem por cento do fato, afinal, ainda não sabemos realmente onde o erro começou.

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