quinta-feira, 30 de julho de 2009

A Internet e o novo papel do jornalista

O uso da internet está influenciando cada vez mais a maneira de fazer jornalismo. Esta influencia pode ser percebida em vários aspectos. O primeiro deles é a mudança que ocorre no próprio profissional da comunicação que precisa fazer algo mais além de contar um fato. O papel do jornalista como interprete dos acontecimentos será expandido e eles serão fundamentais na relação com a comunidade conforme Pavik (2001).
A mudança nos profissionais on-line deve começar na própria formação. Na área das novas mídias, além de dominar as ferramentas já conhecidas no mundo jornalístico, necessário ter conhecimento em linguagem HTML, construção de sites, edição de áudio e vídeo e técnicas de programação de web para adicionar elementos multimídias ao texto.
Sobre o conhecimento técnico Eric Mayer (2001) afirma:
“Os conhecimentos técnicos são importantes. No entanto, mais importante é a compreensão solida de como procurar informação significativa, organizá-la de modo eficiente e apresentá-la de forma que a audiência aprecie”.
Sendo assim, mesmo com a importância do contato com a técnica, um jornalista não pode deixar de lado a bagagem profissional, com boas formas de entrevista, capacidade de pesquisa, bom texto e flexibilidade. Fatores que ajudam na construção de um pensamento critico. Indispensável também, é identificar o que tem espaço na internet, fóruns, áudio, vídeo ou documentários para cativar o publico. Como colocado por Concha Edo (2000), com a chegada da web, o jornalista passa a ser um “fornecedor de conteúdo, tanto para jornais, como para radio TV e internet”. Sendo assim, esta nova tecnologia exige profissionais mais versáteis e atualizados, preparados para qualquer desafio.
Com o advento da internet agilidade e instantaneidade são fundamentais. Porém a qualidade das publicações não pode ser deixada de lado. Conforme Leah Genty (1998), “assim, não deve haver publicação instantânea: ninguém deve colocar on-line um texto que não tenha passado pelo processo de edição”.
Como a internet ganha espaço a cada dia, existem rumores de que a profissão do jornalista está em risco. No entanto, concordo com a opinião de Helder Bastos (2000) quando ele defende que o “jornalismo terá todas as condições para ser reinventado, em vez de, como proclamam alguns, ser gradualmente eliminado”. Pelo contrário, um novo suporte midiático é uma nova oportunidade profissional. Na internet o acesso a publicações é muito facilitado, para qualquer cidadão. E desta forma, as portas para informações sem qualidade e fundamentos estão abertas. É diante deste cenário que Ricardo Jorge Pinto e Jorge Pedro Souza (1998) indicam que “essa poderá ser uma das funções futuras dos jornalistas: filtrar as informações da net”.
Este ponto de vista abre um leque de possibilidades e é muito interessante, levando em conta que, os cidadãos (mais esclarecidos) estão cientes do risco que correm ao acessar qualquer fonte de informação. Neste sentido, os jornalistas têm muito a oferecer pela aptidão e sensibilidade que a profissão exige para selecionar e divulgar apenas as boas informações para seu publico. O jornalista está novamente muito próximo do consumidor e retoma o papel de mediador entre internet e notícias de valor com a comunidade.

AROSO, Inês Mendes Moreira. A Internet e o novo papel do jornalista. Disponivel em:<http://www.bocc.ubi.pt/pag/bianco-nelia-internet-mudanca-jornalismo.pdf> Acesso em: 29 jul. 2009.

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