quinta-feira, 30 de julho de 2009

Jornalismo Investigativo: Conceituação

No capítulo três, Jornalismo Investigativo: Conceituação, do livro Jornalismo Investigativo: O fato por de trás da notícia, o autor, em um primeiro momento, comenta, de forma abrangente, sobre o que é o jornalismo investigativo
Essa face investigadora do jornalismo, muitas vezes, é vista como uma forma de prestação de serviço a sociedade. Segundo Sequeira (2005, p.61) “... uma idéia equivocada do jornalismo investigativo: a de que ele ocupa espaços que o Estado omisso deixa vazios, quer por incompetência, quer por irresponsabilidade, quer por má fé”.
O jornalismo investigativo se diferencia do interpretativo pelo processo de trabalho profissional e pelas estratégias que usa na fase de apuração. O repórter do ramo investigativo utiliza técnicas e estratégias peculiares, que não fazem parte da rotina dos jornalistas e ainda torna público tal fato. Um texto com dados oficiais, estatísticas, declarações não bastam para a investigação, afinal esses dados podem ser conseguidos através de fontes oficiais ou extraídos de documentos.
Para melhor conceituar o “Jornalismo Investigativo”, Sequeira usa uma estratégia muito interessante: escreve a opinião de grandes repórteres dessa área.
Para Percival de Souza o termo citado sempre existiu, apenas com outro nome (reportagem especial ou grande reportagem). Nas redações sempre havia um repórter atrás de furos, o que mudou foi o modelo praticado. Segundo Souza (2005, p. 63) “é o processo de trabalho do repórter que diferencia a reportagem investigativa dos outros tipos de reportagem”.
Percival ainda comenta que a reportagem investigativa pode ser dividida em dois tipos: a descritiva, onde o ponto forte esta na narração descritiva e o outro tipo é no qual se privilegia os fatos. Há uma característica fundamental para ambos os tipos, a sensibilidade. “Sem isso, não tem reportagem, não tem jornalismo”. (SEQUEIRA, 2005, p.63).
Já na opinião de Antonio Carlos Fon (2005) o jornalismo investigativo é mais um modo de fazer jornalismo do que um tipo de jornalismo a parte. “Jornalismo investigativo é um conjunto de técnicas que você pode usar em qualquer tipo de jornalismo: econômico, político, esportivo, de divulgação cientifica”. (FON, 2005, p.64).
Para o repórter Fernando Rodrigues, a expressão jornalismo investigativo é um pleonasmo, pois toda atividade jornalística exige investigação. O colega de profissão Rubens Valente também concorda com a opinião de Rodrigues, mas reconhece “algumas reportagens demandam mais tempo, dinheiro, paciência, documentos, viagens, depoimentos, gravações e comparações de dados do que outras que podem ser construídas com a declaração de uma autoridade ou a publicação de um documento”. A essas, Valente dá o nome de reportagem investigativa.
Durante o capitulo encontramos repórteres como Quesada e Reys que falam em “olfato inquisitivo” e “intuição”, de onde partem as suposições. Essas opiniões vão ao encontro do pensamento de Charles Pierce, que diz que diante de um fato surpreendente é preciso levantar hipóteses, que já estão na mente do jornalista. Assim o repórter deve trazer explicações para essas hipóteses e testá-las
Como complemento, Moura (2007, p.69) afirma “o repórter, para saber se sua hipótese esta correta necessita adotar um plano de trabalho...”.
Ao final, é necessário comprovar as hipóteses, para então começar a escrever a matéria.
O capítulo é quase como um manual para o jornalismo investigativo, no qual alguns termos são comuns e se destacam: sensibilidade, suposições, olfato inquisitivo e intuição. Isso mostra que eles são relevantes.
Outro fator que chama atenção é que o referido tipo de jornalismo cria algumas polêmicas. Acredito que a causa disso é por não haver uma regulamentação dentro da profissão, que especifique e dê mais explanações em relação à ética que se deve ter em relação a tal.



Referência:

Sequeira, Cleofe Monteiro de. Jornalismo Investigativo: O fato por trás da notícia. São Paulo: Summus, 2005.

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