quinta-feira, 30 de julho de 2009

Jornalismo investigativo: Tipo de especialização ou síntese da mítica da profissão?

Após a retirada da censura prévia em órgãos da grande imprensa e com o início da abertura política no Brasil, o jornalismo nacional toma um novo rumo: descobrir crimes vinculados a ditadura militar.
Essa busca resulta não na criação, mas na valorização do repórter investigador. Conforme muitos autores todo jornalismo é investigativo, porém com esse advento, no Brasil, passa-se a diferenciar o jornalismo investigativo, como uma categoria particular na profissão. Segundo Sequeira (2005) há essa distinção, pois o jornalista investigativo emprega estratégias operacionais e técnicas de captação de informações que o diferenciam de outros modelos de reportagem.
No Brasil, conceituar jornalismo investigativo é recente e muito se observou e copiou do jornalismo dos Estados Unidos da América, por exemplo, com o famoso caso Watergate. Pode-se até dizer que esse episódio serviu de inspiração para muitos jornalistas, que perceberam nessa categoria a chance de poder mostrar a população o lado obscuro de muitas ocorrências, dando a eles a chance de mudar tal situação.
Através do artigo percebe-se que a população aprovou esses repórteres, pois tinham eles como guardiões da sociedade. Viam neles a única possibilidade de conhecer o outro lado da historia e assim poder refazê-la.
Consolidado o jornalismo investigativo como categoria, surgiram três gêneros: a reportagem investigativa original: empenho pessoal do repórter em obter informações de interesse público, que pessoas ou instituições tentam manter em segredo; a reportagem investigativa interpretativa: o objetivo é contextualizar a informação e explorar, com reflexão e análise, todas as dimensões do assunto; a reportagem sobre investigações: se apóia na descoberta ou vazamento da informação oficial ou em andamento, apoiado nas informações de Kovach e Rosenstiel.
Questão importante levantada por Williams é o “denuncismo”: publicação de denúncias sem evidências, a partir de informações sigilosas passadas por fontes oficiais. Tal fato leva a deformação do jornalismo investigativo.
No artigo também é descrito sobre as etapas para a elaboração de uma reportagem investigativa e um dos critérios que alguns autores convergem é sobre a o planejamento, ficando evidente sua importância.
Para Queseda não há uma metodologia de trabalho rígida ou padrão no jornalismo investigativo, pois cada repórter lança mão de estratégias próprias de apuração, de acordo com o assunto abordado.
O olfato inquisitivo e a intuição são relevantes para o repórter investigativo, que são características que os diferem de outros profissionais da área.
Em uma redação, o repórter investigativo tem maior poder simbólico, perante o editor chefe. Isso pode ser uma das causas dessa categoria causar tantas polemicas e ser concorrida. Bem como o fato de o profissional investigativo ser um representante dos interesses do cidadão, assim percebido pela sociedade, que causa sensação de status.
Esse é um tema que precisa ser muito debatido, que apesar de existir uma associação específica para debates, cursos e apoios, ainda falta estabelecer e definir algumas questões.

Referência:

CASTILHO, Marcio de Souza. Jornalismo Jornalismo investigativo:Tipo de especialização ou síntese da mítica da profissão? Disponivel em: Acesso em 29 jul. 2009.

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